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quinta-feira, 13 de maio de 2010

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Lei das Médias

Fonte: Associação gaucha de parkour

"300 cat-pass precisions nivelados. Isto que farei! Soou como um bom desafio para o tardar daquele dia. Faz um tempo que eu não me foco nesta técnica, então sinto que devo dar um pouco mais de atenção a ela esta noite.


Por todo o dia, o pensamento da próxima secção de treinamento passa pela minha mente, mas minha atenção está voltada para o que alguém me disse no começo da semana enquanto eu finalizava um precision, “Você vai cair e se machucar qualquer dia desses!” ela havia dito aquilo com um sorriso no rosto, e eu não podia deixar de imaginar... ela estava certa? Seria eu uma vítima da “lei das médias”, afirmando que algum dia, em algum lugar, eu iria errar um movimento básico e acabar me machucando seriamente? Era isto uma inevitabilidade que estaria além do meu controle? não era um pensamento agradável.


É frequentemente dito que os momentos mais perigosos em seu treino ocorrem enquanto você está executando as técnicas mais simples e apenas não está prestando atenção suficiente. Eu raramente ouvi falar de alguém que tenha se machucado seriamente ou errado um big jump onde estivesse totalmente focado e concentrado, então, o que eu poderia fazer para provar a mim mesmo que eu não era uma vítima? que eu estava de fato no controle da situação?! A resposta veio rápido, esta noite eu não erraria!

Então 300, se tornaram 300 em seqüência. Se eu errasse o precision, passasse ou não chegasse na outra mureta, se meus pés não permanecessem estáticos nela ou mesmo errando as mãos no momento do cat-pass, eu voltaria ao começo, do zero. Chamem isto de controle de qualidade... ou loucura – era provavelmente um pouco dos dois.

Quando eu cheguei ao local que eu havia planejado executar este experimento, não fiquei muito feliz em encontrar as paredes ensopadas. Úmido, escuro e escorregadio, com musgo surgindo das rachaduras, as paredes de arestas vivas me cumprimentaram com um brilho ensebado e eram ameaçadoras ao toque. Ótimo.

30 minutos mais tarde, depois de relaxar e aquecer, uma pressão interna começou a crescer dentro de mim a cada repetição sucedida. 3 tornaram-se 20, 20 tornaram-se 50, e o pensamento de ter que começar tudo novamente começou a me preocupar, tornando cada repetição mais assustadora que a anterior, a única maneira de opor-se a esta distração crescente era me forçar a tratar cada pulo como se fosse o primeiro da noite.
Eu ia focar minha total atenção sobre a ligação com a primeira mureta de maneira “limpa”, empurrar o suficiente e “aterrisar” na segunda, e permanecer ali. Por um tempo eu senti que as coisas estavam indo bem, mas conforme minha confiança aumentava, também cresciam minhas chances de erro.

Se realmente houve uma “lei das médias” não escrita, então quantas vezes eu deveria cair em 300 tentativas, dando-se as condições de umidade e falta de iluminação?

Duas horas se passaram quando eu atingi a metade do caminho, era 21:30 e eu havia gerido 150 cat-pass precisions nivelados, meus antebraços sentiam-se como chumbo, eu nem mesmo havia considerado o esforço físico que este desafio tomaria. Balançando-os um pouco, eu pensei sobre a técnica e descobri que era como estar na posição de flexão e empurrar com força suficiente para deixar o chão temporariamente, uma vez atrás da outra. Eu estava cansado, eu estava dolorido e eu sabia que embora fosse capaz de alcançar o ilusório numero 300, serial realmente doloroso ter de recomeçar tudo a qualquer momento.

Dez minutos depois eu recomecei o processo e a 151ª repetição veio de maneira estranha. Eu não estava bem certo de quanto eu havia descansado na breve parada e a técnica em si repentinamente pareceu estranha em minha cabeça. Chega de pensar! esta é apenas uma técnica simples.

Eu. Não. Posso. Errar. Agora.

200 repetições, neste ritmo eu acabaria as 23:00... 3 horas e meia depois de começar. Se eu errar agora pode ser que eu assista o nascer do sol sobre meu ombro mais tarde. Dou um pequeno sorriso enquanto penso que talvez isto seque um pouco as muretas, se não outras coisas.

280 repetições, meu cérebro havia se desligado, não havia mais pressão nenhuma. O processo era automático e apesar de meus antebraços implorarem por liberdade da punição, eu havia entrado em um ritmo. Eu iria passar sobre a primeira mureta, aterrisar na segunda, virar-me, saltar de volta, descer para o chão e alinhar-me para outra, repetindo a frase “permanecer reto, força média” em minha mente o tempo todo. Esta se tornou a minha maldição, havia começado vinte minutos antes e eu não podia parar agora. E se esta fosse minha sorte, minha chave para terminar isto?

Eu honestamente não sei se teria começado novamente caso houvesse errado, fisicamente, eu acho que não poderia agüentar outras 300, embora já houvesse aprendido a minha lição...

Não há lei que declare que um dia iremos errar, com concentração suficiente, foco suficiente, devido cuidado e atenção, nós podemos repetir uma simples técnica centenas de vezes por horas e não cometer nenhum erro. Acidentes acontecem e algumas coisas estão além do nosso controle, mas nós podemos reduzir drasticamente nossas chances de erro se tratarmos cada movimento como algo importante, algo que merece cuidado.

Ao fim, eu não realizei 300 cat-pass precisions.

O 301º foi para a simpática senhora que inspirou meu desafio daquela noite."

- Blane

Post original: http://blane-parkour.blogspot.com/
Tradução por Maurício Dellazari Silveira (morrys.silveira@gmail.com)
(desculpem qualquer erro, 1ª tradução... além do mais só dei um ctrl+c e ctrl+v no google translator... hasiuhuiash. (mentira))

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Parkour - I'art du déplacement

Arte ou disciplina criado por David Belle no final da decada de Oitenta inspirado no Metodo Natural. O praticante da arte ou disciplina é chamado de tracer (masculino) e traceuse (feminino) que significa em ambos "Alguem que traça um caminho" se adaptando ao ambiente a sua volta.
Sua filosofia fala em amar o que faz, ajudar a outras pessoas em situações inuzitadas ou de risco, encorajando-as, sendo um exemplo, ou estar preparado para tais situações. Por isso a frase: "Ser forte para ser útil" de Georges Hébert.
Que na verdade tem muito mais cunho pscicológicamente falando do que fisicamente.

Saiba mais: História do Parkour


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